DIRETOR
Diego Bagagal é ator e diretor. Atualmente dirige o projeto Oficinão Residência no Galpão Cine Horto onde investiga junto a 15 atores profissionais a relação Fã x Ídolo na Cultura POP, o espetáculo tem previsão de estréia para novembro de 2010. Neste mesmo ano foi convidado pelo grupo italiano Instabili Vaganti (Bologna/ Italia) a apresentar o seu solo working in progress Salomé, iniciado na Polônia, em 2009, integrando assim o elenco intenacional do projeto Rags of Memory (Matera/ Bologna/ Italia).
À convite do diretor Thomas Prattki (ex-diretor pedagógico da École Jacques Lecoq em Paris, e fundador da escola na Inglaterra) cursou uma pós-graduado em Creating Theatre and Performance, curso essencialmente prático para atores-criadores de teatro na London International School of Performing Arts- LISPA (2007-2009), eles se conheceram no Zikzira Action Space, Belo Horizonte, em 2008.
Em agosto de 2009 esteve na Polônia no To The Light Atelier-2009 do Grotowski Institute onde iniciou a pesquisa de um solo baseado no texto Salomé de Oscar Wilde e no livro O Erotismo de Georges Bataille, que está em desenvolvimento sob direção de Anna Doro Dorno (Italia). Pesquisou junto com Jacquie Crago, preparadora vocal da Royal Shakespeare Company (RSC), a relação de Hamlet e Ophelia, da peça Hamlet de William Shakespeare. Paralelo a isso desenvolve uma pesquisa em Viewpoint (técnica desenvolvida em NY/ USA por Anne Bogart e Tina Landau) que se iniciou em 2006 em um workshop com a Cia dos Atores (RJ) no Palácio das Artes, e se ampliou em Londres com o professor Michael Brown e com a parceria com Marc Frost, improvisando a partir dessa técnica em Scratch Nights na cidade de Londres (2007-2008), em 2009 cursou na sede da Cia dos Atores, no RJ, um curso intensivo de Viewpoint e Suzuki com Donnie Mather (EUA).
Em Belo Horizonte iniciou seus estudos no Primeiro Ato Centro de Dança onde foi bolsista, e no Teatro Unversitário/ UFMG. É bacharel em Comunicação Social e foi integrante da equipe de criação da Agência Experimental Massan Z. Entre suas direções estão Lilimão, parceria com a atriz Thaís Inácio e The Witch and The Frog (POP VERSION), collage teatral que mescla o Kitsch, o Pop e Contos de Fadas, projeto de conclusão do curso em Londres (2009), e com estréia prevista para 2011 no Brasil. CLIPPING
Matéria Publicada no Jornal O Tempo de Belo Horizonte / MG em Fevereiro de 2010. Caderno Magazine.
Matéria Publicada no Jornal O Tempo de Belo Horizonte / MG em Fevereiro de 2010. Caderno Magazine.
Teatro. Edição deste ano do processo de formação e criação aprova projeto do mineiro Diego Bagagal, de 26 anos
Oficinão do Galpão tem, em 2010, seu mais jovem diretor
Galpão Cine Horto escolheu o novo diretor do seu já tradicional Oficinão, que desde 1998 funciona como um processo ao mesmo tempo de pesquisa, formação e criação, apresentando sempre, ao final, um espetáculo. Escolhido entre oito propostas de Estados diversos, o projeto selecionado foi de Diego Bagagal, ator e diretor mineiro, formado recentemente pela London International School of Performing Arts (Lispa).
O Oficinão nunca teve um diretor tão jovem. Bagagal tem 26 anos e, embora tenha carreira incipiente, ganhou experiência trabalhando com figuras distintas do teatro internacional, como Thomas Prattki, ex-diretor pedagógico da École Jacques Lecoq, em Paris, e fundador da Lispa, em Londres. "Minha jornada, no nível prático, passa principalmente por essa escola. Lá, me dediquei muito como ator e também como diretor, apresentando para públicos grandes", comenta Bagagal. Em agosto do ano passado, ele esteve ainda em Wroclaw, na Polônia, onde iniciou a pesquisa de solo no Grotowski Institute.
"A minha trajetória no teatro começa na dança. Entrei para o 1º Ato e lá ganhei uma bolsa que me possibilitava dançar seis horas por dia. Isso mudou minha vida", diz Bagagal, que depois trabalhou ainda na Zikzira, companhia fundada em Londres pela coreógrafa mineira Fernanda Lippi.
Mas o projeto que Diego Bagagal propôs ao Galpão Cine Horto não tem exatamente a ver com dança. Ele pretende pesquisar o drama clássico, voltar às estruturas dos gêneros da tragédia e do grotesco para desenvolver o espetáculo, cuja temática é bastante contemporânea. Intitulado "Vidas Paralelas", o projeto de Bagagal propõe uma pesquisa sobre o universo pop e a estranha e cotidiana relação entre ídolos e fãs.
"Quero pesquisar a tragédia, um dos universos dramáticos que mais possibilita a reinvenção", diz o diretor. A tragédia clássica pode ser recriada, por exemplo, "pensando na cultura pop, na relação entre ídolo e fã. A história da morte de John Lennon, por exemplo, é uma tragédia", explica Bagagal. A intenção, no entanto, não é "focar a celebridade", diz ele. "É pensar no ser humano que é o fã. Quero pesquisar muito a questão da identidade, porque geralmente o fanatismo tem a ver com identidade, espelhando-se num outro que você se identifica e queria ser".
Bagagal acrescenta que sua "vontade é voltar para um teatro generoso" na sua relação com a plateia. "Às vezes, no que se chama teatro experimental, temos visto muita piração que não chega a ninguém", diz.
O Oficinão nunca teve um diretor tão jovem. Bagagal tem 26 anos e, embora tenha carreira incipiente, ganhou experiência trabalhando com figuras distintas do teatro internacional, como Thomas Prattki, ex-diretor pedagógico da École Jacques Lecoq, em Paris, e fundador da Lispa, em Londres. "Minha jornada, no nível prático, passa principalmente por essa escola. Lá, me dediquei muito como ator e também como diretor, apresentando para públicos grandes", comenta Bagagal. Em agosto do ano passado, ele esteve ainda em Wroclaw, na Polônia, onde iniciou a pesquisa de solo no Grotowski Institute.
"A minha trajetória no teatro começa na dança. Entrei para o 1º Ato e lá ganhei uma bolsa que me possibilitava dançar seis horas por dia. Isso mudou minha vida", diz Bagagal, que depois trabalhou ainda na Zikzira, companhia fundada em Londres pela coreógrafa mineira Fernanda Lippi.
Mas o projeto que Diego Bagagal propôs ao Galpão Cine Horto não tem exatamente a ver com dança. Ele pretende pesquisar o drama clássico, voltar às estruturas dos gêneros da tragédia e do grotesco para desenvolver o espetáculo, cuja temática é bastante contemporânea. Intitulado "Vidas Paralelas", o projeto de Bagagal propõe uma pesquisa sobre o universo pop e a estranha e cotidiana relação entre ídolos e fãs.
"Quero pesquisar a tragédia, um dos universos dramáticos que mais possibilita a reinvenção", diz o diretor. A tragédia clássica pode ser recriada, por exemplo, "pensando na cultura pop, na relação entre ídolo e fã. A história da morte de John Lennon, por exemplo, é uma tragédia", explica Bagagal. A intenção, no entanto, não é "focar a celebridade", diz ele. "É pensar no ser humano que é o fã. Quero pesquisar muito a questão da identidade, porque geralmente o fanatismo tem a ver com identidade, espelhando-se num outro que você se identifica e queria ser".
Bagagal acrescenta que sua "vontade é voltar para um teatro generoso" na sua relação com a plateia. "Às vezes, no que se chama teatro experimental, temos visto muita piração que não chega a ninguém", diz.
Atores do Grupo Galpão vão orientar o processo
O ator Eduardo Moreira do Grupo Galpão diz que a escolha do projeto de Diego Bagagal “é uma aposta num novo caminho”. Segundo Moreira, “o projeto é bem interessante”, assim como a experiência de Bagagal na escola inglesa. “A qualidade do projeto pesou na escolha”, comenta o ator.
Este ano, será a primeira vez, em 13 edições do Oficinão, que integrantes do Grupo Galpão irão orientar diretamente o processo. Eduardo Moreira ficou a cargo de uma orientação dramatúrgica, enquanto seu parceiro Chico Pelúcio fará a orientação de direção. “Claro que não é um acompanhamento que vai interferir no processo artístico. A origem e concepção do projeto é toda dele. Vamos apenas ver alguns ensaios e trocar opiniões”, comenta Moreira. (DR)
Este ano, será a primeira vez, em 13 edições do Oficinão, que integrantes do Grupo Galpão irão orientar diretamente o processo. Eduardo Moreira ficou a cargo de uma orientação dramatúrgica, enquanto seu parceiro Chico Pelúcio fará a orientação de direção. “Claro que não é um acompanhamento que vai interferir no processo artístico. A origem e concepção do projeto é toda dele. Vamos apenas ver alguns ensaios e trocar opiniões”, comenta Moreira. (DR)
Matéria O TEMPO
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdEdicao=1546&IdCanal=4&IdSubCanal=&IdNoticia=131767&IdTipoNoticia=1
Matéria Primeiro Sinal
http://www.primeirosinal.com.br/content/por-um-teatro-m%C3%BAltiplo
Matéria Via Mundo
http://blogdoviamundo.wordpress.com/2010/02/04/o-jovem-diretor-diego-bagagal-fala-sobre-o-trabalho-no-oficinao-2010/
Matéria Estado de Minas
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_11/2010/03/13/ficha_teatro/id_sessao=11&id_noticia=21846/ficha_teatro.shtml
Escola de Londres - Nota
http://www.lispa.co.uk/alumni_doing.php?id=30
Matéria Primeiro Sinal
http://www.primeirosinal.com.br/content/por-um-teatro-m%C3%BAltiplo
Matéria Via Mundo
http://blogdoviamundo.wordpress.com/2010/02/04/o-jovem-diretor-diego-bagagal-fala-sobre-o-trabalho-no-oficinao-2010/
Matéria Estado de Minas
http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_11/2010/03/13/ficha_teatro/id_sessao=11&id_noticia=21846/ficha_teatro.shtml
Escola de Londres - Nota
http://www.lispa.co.uk/alumni_doing.php?id=30
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Thaís Inácio é atriz formada pelo Teatro Universitário/UFMG e em Comunicação Social. Participou do processo de reciclagem Oficinão 2006 organizado pelo Galpão Cine-Horto, onde estreou no mesmo ano o espetáculo Quando o peixe salta com direção de Fernando Mencarelli e Rodrigo Campos. Desde de sua entrada no Grupo Adeusbia em 2002 atua numa vertente do ator-criador, onde também se envolve no processo colaborativo de dramaturgia do espetáculo. Como projeto final de formação em Comunicação, desenvolveu a monografia "A comunicação praxeolágica entre o ator e o espectador sob a perspectiva de Grotowski" sob a orientação de Juliana Franco.
Em teatro recebeu os prêmios de Melhor atriz FETO e FESTIN 2002 pelas peças OSSOS - Onde só se omite a solidão de Wester de Castro, Melhor atriz FETO 2003 por O Poema do Concreto Armado de Rodrigo Robleño com direção de Yuri Simon (que atualmente ganhou uma nova versão em Belo Horizonte). E foi indicada aos prêmios de Melhor atriz infantil e Melhor Texto Original em parceria com Diego Bagagal no Prêmio SINPARC/USIMINAS 2006. Estreou Dos tais laços humanos de Lygia Fagundes Telles com direção de Luciana Barboza em 2007, espetáculo apresentado no FRINGE/Curtiba no ano de 2010 e que originou o Grupo Seis Marias e Meia. Em 2008 foi indicada a Melhor atriz coadjuvante - Festival de Patos por Amores Risíveis de Natássia Vello. E em 2010 foi indicada a Melhor atriz SESC/SATED, Atriz Revelação e Melhor texto orginal SINPARC/USIMINAS por Essa Chuva que não passa com direção de Eduardo Vaccari.
No cinema, participou de vários curta-metragens e está em processo de criação de um novo trabalho.Entre os curta-metragens mais significativos estão Ponto Cego de Bárbara Schall (Festival de Gramado 2005 - Categoria Super 8), Subversão de Carlos Roscoe (Mostra Escola Livre de Cinema - 16 mm), Ausência de Leonardo Rocha e Cássio Lignani (Festival Knoforum SP), Ismália de Lara Dezan (Festival Brasileiro de Cinema Universitário), Do outro Lado de Carolina Kzan, Marina de Luiz Giban(em edição, 35 mm), Casulo de Bernardo Uzeda (Curta Cinema 2009 - 35 mm - Lançamentos Cariocas) e O último acorde de Thiago Casimiro (em edição).
Atualmente mora no Rio de Janeiro e participa do coletivo de criação Epifanias Produções.
Coletivo Epifanias Produções - http://www.epifaniasproducoes.com (em breve no ar)
Curta-metragem Casulo - http://www.casulofilme.com/
Curta-metragem O último acorde - http://oultimoacorde.wordpress.com/
CLIPPING
Essa chuva que não passa - Saudável desconforto
Espetáculo fala de perdas, de solidão e da luta do ser humano para se tornar independente
Curiosa a maneira do público de eleger suas vedetes. Nem sempre os melhores espetáculos são os mais prestigiados num evento como a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, que oferece mais de 100 atrações na programação. A aposta nas ofertas mais evidentes, que apontam para sucessos garantidos, de certo modo coíbe o risco das descobertas e induz a erros, como deixar no esquecimento produções primorosas, delicadas e intensas, como a peça Essa chuva que não passa, timidamente apresentada no Teatro Sesi Holcim, no Santa Efigênia. De hoje a quarta-feira, serão realizadas as últimas sessões com ingressos a preços populares.
Curiosa a maneira do público de eleger suas vedetes. Nem sempre os melhores espetáculos são os mais prestigiados num evento como a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, que oferece mais de 100 atrações na programação. A aposta nas ofertas mais evidentes, que apontam para sucessos garantidos, de certo modo coíbe o risco das descobertas e induz a erros, como deixar no esquecimento produções primorosas, delicadas e intensas, como a peça Essa chuva que não passa, timidamente apresentada no Teatro Sesi Holcim, no Santa Efigênia. De hoje a quarta-feira, serão realizadas as últimas sessões com ingressos a preços populares.
Com texto inquietante e atuação competente de Thaís Inácio, o espetáculo transforma suposta aventura em experiência perturbadora, que vale a pena conferir. Afetados pela ausência dos pais, os irmãos Ana e Caio tentam, cada um à sua maneira, superar a perda. Ana optou pelo recolhimento e vasculha memórias do passado remoto. Na perigosa fronteira entre sanidade e loucura, ela tem em Caio a representação simbólica da rotina familiar que insiste em manter até como forma de preservar a própria razão de existir. Ele, por sua vez, quer encontrar outros caminhos e está disposto a enfrentar desafios maiores que as paredes de sua casa, de onde sai todos os dias para trabalhar, a despeito da insegurança da irmã. Sempre volta, até que surge o convite para uma viagem profissional. Não há data para regressar.
Aceitar a proposta é uma decisão difícil para ambos. Ela acredita que precisa de Caio, incondicionalmente. Ele sabe que, se não romper o ciclo de dependência, nenhum dos dois conseguirá vencer a própria solidão, a angústia diante do vazio incompreensível, a busca interminável pelo amor de quem não virá. Nesse afastamento estão as sensações de abandono e de ressentimento. Além do medo de fazer escolhas a partir do nada, ou quase nada que resta depois de uma ruptura importante.
O espetáculo tem dramaturgia compartilhada por Thaís Inácio, Diones Tavares, Eduardo Vaccari e Daniel Archangelo. A direção é assinada por Eduardo Vaccari. Com pouco mais de uma hora de duração, o drama desperta para abismos emocionais, o que comove a plateia. Há momentos de riso, mas a graça é nervosa e surge mais como pausa para a respiração, como o silêncio oportuno que pontua diferentes sentimentos nas grandes sinfonias.
Pelo esforço empreendido e o resultado da pesquisa do grupo, Essa chuva que não passa merecia estar entre os recordistas de público na campanha deste ano. Mas seu convite ao desconforto é uma provocação que demanda tempo e vontade.
Aceitar a proposta é uma decisão difícil para ambos. Ela acredita que precisa de Caio, incondicionalmente. Ele sabe que, se não romper o ciclo de dependência, nenhum dos dois conseguirá vencer a própria solidão, a angústia diante do vazio incompreensível, a busca interminável pelo amor de quem não virá. Nesse afastamento estão as sensações de abandono e de ressentimento. Além do medo de fazer escolhas a partir do nada, ou quase nada que resta depois de uma ruptura importante.
O espetáculo tem dramaturgia compartilhada por Thaís Inácio, Diones Tavares, Eduardo Vaccari e Daniel Archangelo. A direção é assinada por Eduardo Vaccari. Com pouco mais de uma hora de duração, o drama desperta para abismos emocionais, o que comove a plateia. Há momentos de riso, mas a graça é nervosa e surge mais como pausa para a respiração, como o silêncio oportuno que pontua diferentes sentimentos nas grandes sinfonias.
Pelo esforço empreendido e o resultado da pesquisa do grupo, Essa chuva que não passa merecia estar entre os recordistas de público na campanha deste ano. Mas seu convite ao desconforto é uma provocação que demanda tempo e vontade.
Crítica Estado de Minas
Crítica Mondo BHZ
http://www.mondobhz.com.br/254-essa-chuva-que-no-passa-leva-ao-palco-o-aspecto-mais-seminal-do-teatro.html
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